domingo, 7 de novembro de 2010

OBRAS DE MISERICÓRDIA NÃO SAÍRAM DE MODA


Nossos dias são marcados pela pressa, pela agilidade, pela rapidez, pela necessidade de ganhar. Michelangelo passou 16 anos pintando a Capela Sistina em Roma. Fez isso pela grandeza e pela beleza, pelo sonho e pelo ideal. Se fosse para ganhar dinheiro...

O mundo apressado diz que importante correr para ganhar. A vida nos diz que é preciso sonhar. Quem não sonha não vive. A conversa descontraída numa tarde de domingo. lá no alpendre, já vai bem ao longe. Saudosismo? não! É preciso sim resgatar os valores que não perecem.

Esse atropelo cotidiano em que vivemos  atinge o interior de nossa existência. Acho que você concorda que há frieza em nossos relacionamentos, e por isso medimos tudo a partir da razão.

No mundo apressado não há espaço para se preocupar com a pessoa e muito menos com sua história. Se não há interesse, porque comprometer-se? Ainda é bom lembrar quantos amigos temos em vida e quando se cai doente são poucos os que se lembram de serem amigos de verdade, fazendo-se parceiros na hora de dor, de limitação, de dificuldades.

Temos que ser artistas e esculpir a arte, a bela arte da vida. E diante do Evangelho nasce e renasce para toda a humanidade o sinho de um mundo desejado por Deus. É diante deste mundo vunerável, frágil e fragmentado que somos chamados para viver a misericórdia divina. Acolher o doente e o oprimido. Sepultar os mortos, dar de comer a quem tem fome e beber a quem tem sede, dar abrigo aos peregrinos. cobrir quem anda com frio, restabelecer a justiça e a solidariedade...

Santa Catarina de Sena nos ajuda a pensar:

"Não afastarei da tua presença enquanto não vir que deles tiveste misericórdia... que me adiantaria ter a vida eterna  se o teu povo tivesse a morte? por isso eu quero e suplico que tenhas piedade do teu povo pela caridade incriada que te levou a criar o homem à tua imagem e semelhança". 

Certamente que para o mundo apressado em que vivemos a atitude de misericórdia dos que creem nos fará entender que não é preciso ter medo. E Deus irá esculpindo a alma humana até que ela alcance a maturidade que gera liberdade e paz. E aí adeus correria e frieza. O mundo será outro, se nos deixarmos convencer que é preciso, pintar  e sonhar para poder colher.          

     

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