sábado, 15 de janeiro de 2011

O QUE É O DÍZIMO? O QUE É OFERTA? "DAI A DEUS O QUE É DE DEUS!"


O Dízimo ou décima parte não é uma invenção do homem mas sim de Deus. 
Desde o Antigo Testamento encontramos a instituição do Dízimo e das ofertas. 
Mas para que serve o dízimo e as ofertas?
No Antigo Testamento as ofertas eram: os primeiros frutos da terra sem defeito, (da colheita), os primogênitos , (machos), dos amimais, sem defeito eram oferecidos ao Senhor. Deus exigia que lhe fosse oferecido coisas sãs e perfeitas, pois Ele mesmo abençoava as ofertas. Leia o que aconteceu com as ofertas de Caim e Abel: Gên 4,3-5; Deus olhou com agrado a oferta de Abel, mas não olhou com agrado a de Caim. Segundo algumas traduções bíblicas, Caim havia oferecido ao Senhor frutos ruins, podres. Enquanto que Abel ofereceu seus melhores animais. Caim era agricultor e Abel era pastor.

O Senhor exige que seja-lhe ofertado só coisas boas. Pois o Senhor só nos dá coisas boas. Essa lei Ele mesmo assim dirigiu ao seu povo, leia: Num 15, 1-21. As ofertas deveriam ser das primícias das colheitas, isto é, antes mesmo de fazer seu uso para si ou para o comércio a oferta deveria ser tirada e apresentada ao Senhor. Os frutos da terra, os bens manufaturados, os animais. Uma parte de cada um deles devia ser oferecido ao Senhor.  Esta lei era tanto para os judeus quanto para os estrangeiros. Se o dízimo e a oferta for entregue só por obrigação e não por gratuidade e generosidade de nada vale para você. Pois Deus vê a sinceridade de seu coração. É o que diz o profeta Malaquias: Ml 3, 6-10


A oferta também é abertura de coração, isto é, estar sempre disponível no amor de Deus e aos irmãos. Mais que a oferta material, deve ser um coração puro, sincero e agradável ao Senhor.
Depois do episódio do "Sermão das Bem-Aventuranças" ou "Sermão da Montanha", Jesus vai ensinar como devemos na verdade observar e praticar os Mandamentos, mas não com o coração endurecido, mas com amor. Jesus então ensina que a oferta do coração, a abertura de si mesmo para o amor deve ser primordial:


Mt 5, 23-24; "Se estiveres para fazer uma oferta diante do Altar e lembrares que tens alguma coisa contra ti, vai, deixa  a oferta diante do Altar, reconcilia-te primeiro com teu irmão, só então poderás fazer tua oferta!"


- Jesus pede o amor como maior oferta. Pois o amor é que constrói e traz a dignidade. Nota-se portanto, que, não  devemos fazer como Caim, que, além de ofender a Deus com sua oferta de frutos podres, também por falta de amor e inveja matou seu irmão Abel. 




O que mais desagrada a Deus é a nossa falta de amor, de compromisso com os irmãos e com a Comunidade.
Uma pessoa cristã, ainda que ofereça a Deus muitos bens materiais bons e perfeitos, se não apresentar diante de Deus um coração humilde e contrito, se não estiver com o coração disponível, aberto para amar, perdoar e servir não adianta nada. Deus está interessado em você, no que você pode dar de si mesmo para Ele e sua Igreja. O cristão descomprometido com o próximo e com a Igreja em que vive, não é um bom cristão. 


O amor é a base, se quisermos ser felizes devemos cumprir os Mandamentos de Deus. Por isso a necessidade de amar, de perdoar, e de apresentar-se a Deus com um coração aberto e disponível. Esta é a oferta maior que Deus precisa. O material é complemento deste. Os mandamentos de Deus não servem para nos prender a tal coisa ou religião, servem para que vivamos em paz com Deus, com nós mesmos e com os irmãos. Ou seja, viver a felicidade e estar sempre inserido no amor de Deus. E a resposta é imediata: prosperidade, bençãos e longevidade, são as promessas do Senhor para quem os cumprir. 


A Bíblia diz que José, filho de Jacó, cujo era temente ao Senhor e fazia cumprir seus mandamentos, tudo que ele fazia prosperava. Porque ele fazia de suas coisas, sua família e seu trabalho um gesto de amor e cumpria suas leis, obedecia seus pais. (Gên 39,5) 
        
Lembro ainda, da passagem do Evangelho. Quando o jovem rico foi ter com Jesus, este tinha perguntado ao Mestre o que devia fazer para entrar na vida eterna. Jesus então disse que,  se ele quisesse entrar na vida eterna devia cumprir os mandamentos. O jovem então respondeu que sempre os cumpria. Mas Jesus propôs um desafio: que ele vendesse seus bens e desse aos pobres, aí sim ele poderia conquistar a vida eterna! O jovem porém, ficou decepcionado com Jesus, porque era muito rico e não se desapegava de seus bens.(Mt19, 16-22); Faltava-lhe o amor ao próximo, a caridade. Embora ele dissesse cumpria todos os mandamentos, lhe faltava uma coisa o amor ao próximo, cujo é semelhante ao amor a Deus. Quem não tem atitudes de generosidade, quem se apega demais aos bens, se esquece da caridade e do amor. E por isso não entrará no reino de Deus, porque o mandamento de Jesus é este. "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!" 


Lembro também o início da Igreja onde o Livro dos Atos dos Apóstolos nos diz que os (primeiros) cristãos tinham tudo em comum. Dividiam seus bens segundo a necessidade de cada um... (At4, 32-35)   

Quanto ao Dízimo, a primeira referência desta lei no Antigo Testamento encontramos em Deut14, 22-23ss. O Dízimo ou décima parte da colheita deveria ser consumido na presença do Senhor, no lugar escolhido por ele. Isto é dentro do Templo, que naquela época era uma tenda  onde residia os sacerdotes, e o Tebernáculo do Santo dos Santos onde ficava a Arca da Aliança. 
Deus não precisava do dízimo pois tudo era dele, mas ele se serviu da instituição do dízimo para estabelecer uma relação de amor entre nós; o dízimo e a oferta é para manter o Templo, a casa de Deus. Ler: Deut18, 1-5ss.

Quanto aos animais das ofertas, eram sacrificados; o sangue deveria ser colocado no altar, enquanto que, a carne era assada ou cozida, deveria e consumida  pelos sacerdotes e servidores do Templo de modo a não sobrar: Ez43, 20-20; 46, 27. Se lermos o livro do profeta Ezequiel, veremos que tudo que envolvia o Templo de Deus devia ser perfeito, limpo e santo.  Principalmente os Capítulos 40-47.  Havia três principais tipos de sacrifícios que eram oferecidos a Deus: 1) Em Adoração e louvor, 2) Ação de graças, 2) por expiação dos pecados do povo.  
O dízimo é propriedade de Deus quem possui bens, ganha seu salário e não entrega seu dízimo está roubando de Deus. Leia: Lev 27-30.  


Na verdade, o dízimo representa nosso gesto de amor e gratidão, de doação e o reconhecimento de tudo que temos  Ele é quem nos dá.


A casa, o emprego, a saúde, os bens, a vida... O dízimo é diretamente consagrado ao Senhor para manutenção de sua Casa, isto é, a Igreja. Deus não faz uso do dízimo tudo que temos é de Deus. Mas ele existe para que possamos manifestar nosso gesto de amor para com Ele. Por isso que, o "dízimo" deve sempre ser a primeira coisa que ofertamos de "nossos ganhos", não pode ser sobra ou resto, porque Deus não é um mendigo. Deus vê a sinceridade do coração de cada um, por isso, o dízimo deve ser hoje uma parte do que você ganha, e não mais dez por cento, desde que o faça sempre com amor, gratuidade e disponibilidade. Não dá para dar o dízimo e depois ficar reclamando da Igreja como se ele fosse um imposto. 
A Igreja não obriga ninguém a pagar o dízimo, embora pela lei de Deus ele seja obrigatório. Mas o cristão deve se conscientizar que, o não pagamento do dízimo é pecado e quem o faz está sendo ingrato e roubando de Deus.          
        

Sabemos que Deus não come, não bebe e não precisa de nada deste mundo que seja material, pois Ele é espírito, Jesus também não precisa deles. Como dizem muitos ignorantes por aí: "santo não come e não bebe!" - Mas quem come e bebe e se sustenta com o dízimo não é o santo Deus, ou Jesus, é a própria Comunidade Paroquial e diocesana, ou seja, a Igreja na qual você participa e é batizado é que precisa ser sustentada como manda a Lei de Deus, pelo dízimo, as ofertas e outros provimentos necessários. 


Mas Deus o criou para que o homem tivesse essas duas experiências:

1) Fazer você expressar gesto de gratuidade por tudo de bom que Deus realiza em nosso favor, na nossa família, e na Comunidade. Deus nos dá todo necessário para que sobrevivamos com o suor de nosso trabalho. Fazemos a terra produzir, transformamos a matéria, construímos com nossas próprias mãos tudo de bom e necessário que precisamos para sobreviver. Somente os preguiçosos não têm esta experiência. 

2) O dízimo e as ofertas servem para manter o Templo do Senhor, seus dirigentes, os sacerdotes que têm a função de cuidar da casa do Senhor e realizar o culto divino. Sem ele seria impossível manter a Igreja ou Templo limpo, com as contas em dia, água, luz, telefone, salário dos funcionários, fazer as reformas necessárias, comprar os folhetos das missas, enfim, toda estrutura necessária para celebração do santo culto.


O dízimo é essencial não para Deus, diretamente, mas para sua obra. Para um bom trabalho pastoral, assim como qualquer outro, é necessário que haja bons recursos para que a Igreja possa acolher e servir a todos. Uma casa para o padre, sustentação das pastorais, um bom carro que permita ao padre se deslocar às comunidades rurais e urbanas com segurança, a limpeza do templo, a compra de hóstias, o vinho, as velas, jornalzinho de missa,  a manutenção da secretaria e do zelador da Igreja, etc. tudo provém do dízimo e das ofertas, leilões e quermeces. Tudo isso junto ajuda o dízimo a pagar as contas da Paróquia para o próprio bem da Comunidade.      

No Novo Testamento os dízimos e as ofertas aparecem mais presente forma de moeda, onde os Apóstolos recebiam os bens vendiam e atendiam as necessidades dos pobres, já que naquele tempo ainda não possuíam o Templo e se reuniam em pequenas comunidades.
Mais tarde com a estruturação da Igreja foi estabelecido o Dízimo para o emprego na manutenção do Templo e dos seus trabalhadores. Jesus mesmo disse que devemos dar a Deus o que é de Deus. 
Como o sacrifício de animais fora substituído pelo sacrifício Eucarístico de Jesus, o dízimo e as ofertas do povo iam diretamente para manutenção da Igreja e das obras sociais. 


A Igreja Católica não cobra o dízimo de dez por cento, ele deve ser devolvido a Deus segundo o coração de cada um. Apenas orienta que seja devolvido um valor de 1% do que você ganha. Um valor irrisório diante de tudo que Deus oferece para nós! Se cada um desse o dízimo de 1%...
Seria necessário para manutenção da paróquia, mas não é assim, por isso a Igreja usa as quermeces, a arrecadação de donativos, os eventos e leilões de gado, prendas, etc. para fazer render e ajudar o dízimo. O dízimo não é um imposto que deve ser cobrado, mas uma devolução e uma abertura do coração, exige de nós fidelidade e amor para com as coisas de Deus e a sua Igreja.


Quando o dízimo não é devolvido à Paróquia, ela é orientada a conscientizar os fiéis quanto a necessidade de estabelecer algumas taxas para batismo, casamento, e outras providências até que se restabeleça. 


As intenções da missa não é dízimo nem oferta, é uma contribuição especial para o bispo e o padre de modo a ajudá-los no complemento do seu salário e seus proventos pessoais. Pois o padre, ou religioso, muitas vezes se dedica unicamente à Paróquia sem qualquer outra fonte de renda, o bispo da sua Diocese particular e não possui outros provimentos de salário particular. No caso dos institutos religiosos, conventos e mosteiros a sobrevivência destes são através de doações dos fiéis e trabalhos realizados dentro das instituições como por exemplo, o artesanato, livrarias, gráficas, etc.


As ofertas ajudam o dízimo na manutenção da igreja e das comunidades, além de dar  suporte pastorais  paroquiais urbanas  rurais. Ajuda as outras Igrejas mais carentes como é o caso do óbulo de São Pedro que é enviado ao Vaticano todo ano, ajuda nas obras sociais da Igreja e a manter a evangelização nos lugares mais pobres, como catequese, educação nas escolas, cestas básicas, remédios, etc. 


Existe nas Dioceses e em cada Paróquia os  Conselhos Administrativos paroquiais e diocesanos para trabalhar com o Pároco e o bispo toda a questão financeira de cada comunidade. Os padres e os bispos não pode fazer o que bem quiser com o patrimônio da Igreja, o uso do dízimo e das ofertas. Esse dinheiro recolhido é enviado para uma conta e só é usado de acordo com a aprovação do Conselho Administrativo. O padre diocesano pode possuir bens que provém de seus ganhos, mas não pode usufruir dos bens da Paróquia 
   
Se você não é dizimista, experimente fazer a experiência de ser, e veja quantas bençãos serão derramadas em ti. Conforme a promessa de Deus no Livro do profeta Malaquias:


"- Diz o Senhor Deus: Porque eu sou o Senhor e não mudo; e vós, ó filhos de Jacó, não sois ainda um povo extinto. Desde os dias de vossos pais vos apartastes de meus mandamentos e não os guardastes. Voltai para mim e Eu me voltarei para vós! - diz o Senhor dos exércitos. - Vós porém. dizeis: Mas voltar como? Pode um homem enganar ao seu Deus? Porque me procurais enganar-me? E ainda perguntais: Em que vos tem enganado? -No pagamento dos dízimos e das ofertas. Fostes atingidos pela maldição, e vós, nação inteira, procurais enganar-me. Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do Templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência-e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e não derramo a minha benção sobre vós muito além do necessário."  Ml 3, 6-10    


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