quinta-feira, 3 de junho de 2010

A BÍBLIA - PALAVRA DE DEUS REVELADA

A Bíblia que hoje conhecemos é a reunião de 73 livros Sagrados escritos , 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. A Bíblia nasceu dentro do povo Hebreu. Na Bíblia está toda orientação passada pelos, Reis, Profetas e dirigentes do povo Hebreu desde Abraão até Jesus Cristo e os Apóstolos.


Existem na Bíblia, no AT, 4 divisões de Livros Sagrados, são eles: a) Livros Canônicos - são os livros da Bíblia escritos para orientar o povo nas Leis do Templo e dos profetas, rituais, leis do dízimo, leis do casamento, normas rituais da Páscoa Antiga, lei dos profetas( nisso Jesus se refere quando diz "a Lei dos Profetas, Mt22, 40). Com esses livros do Antigo Testamento está a Lei de Deus ou os Dez Mandamentos, (o Decálogo), e a Lei de Moisés, as leis dos Profetas, e os Escritos.   O TORÁ ou PENTATEUCO, ainda é usado pelos judeus, compreende os 5 primeiros livros da Bíblia: GÊNESE, ÊXODO, LEVÍTICO, NÚMEROS E DEUTERONÔMIO
b) Livros Históricos - são livros sagrados que narram a "vida" do Povo de Deus, os acontecimentos históricos que os escritores sagrados atribuiriam à Mão de Deus na história. Como por exemplo o Livro dos Reis, Crônicas, etc.
Sem esses livros seria muito difícil estudar certos acontecimentos da História Antiga, pois eles são portas importantes para pesquisas arqueológicas. Mas também são considerados Livros Sagrados
A Bíblia não é um livro para ser lido de qualquer maneira, mas é um livro que se pode estudar e entender tanto o divino quanto o humano. Para entender a bíblia é necessário que se faça uma viagem no tempo, analisando cada situação de uma determinada época inclusive a posição religiosa e política daquele contexto.

c) Os Sapienciais - são livros que nos conduzem à meditação e à Oração. Dão conselhos, e nos ajudam a entender como Deus é bom e amoroso. Por exemplo, os Salmos e os Provérbios.

d) Os Proféticos - são livros que contém os ensinamentos e as profecias dos Profetas, cujos dirigiam o povo de Deus ao longo da história. Se lermos esses livros podemos perceber que em um espaço de tempo na História, cada qual tinha seu modo de profetizar e pensar diferente, mas apontando sempre o ÚNICO AMOR DE DEUS. Os Profetas eram os porta-vozes de Deus, muitas vezes foram incompreendidos por serem duros em denunciar em corrigir e exortar  o povo no cumprimento das Leis de Deus e à fidelidade à sua Aliança. Por exemplo, Isaías, Jeremias, Joel, Amós, Zacarias, etc.
JUNTANDO TODAS ESTAS 4 DIVISÕES TEMOS O CHAMADO, VELHO TESTAMENTO OU MAIS COMUM,  ANTIGO TESTAMENTO.

Nas edições protestantes faltam 7 livros que foram conhecidos como inspirados depois dos outros, (eles os chamam de "apócrifos". Esses livros os livros históricos e são muito úteis para a Fé católica, são eles: TOBIAS ou TOBIT, JUDITE, SABEDORIA, ECLESIÁSTICO, 1 e 2 MACABEUS E TIAGO, além de trechos de ESTER E DANIEL.  

Os ensinamentos sagrados foram escritos em várias partes da História, cada qual ao seu modo e pensar de seus escritores, o Livro do Gêneses por exemplo, que conta o início da criação possui uma parte de narração escrita simbolicamente. Da criação do mundo, do homem até Noé pode-se dizer que esses primeiros capítulos, (1 a 11),  foram escritos para narrar o acontecimento da criação que até então era inexplicável e desconhecido. É como se fosse uma fábula. Após Abraão, (Cap. 12) é que começa verdadeiramente a narrativa dos acontecimentos reais do "Povo Hebreu".  O objetivo da Bíblia é não contar, narrar um fato ou passagem histórica somente, mas é mostrar a presença de Deus e como seu amor age no Tempo e na história humana, e revelar-se que Deus se faz presente em toda obra da criação e por fim Comunicar a graça da salvação. É pela Bíblia que sabemos que Deus existe e se deixa revelar pelos seus grandes feitos. Deus que ninguém vê mas se apresenta como o Deus de um povo, e seu amor por esse povo culmina por enviar seu próprio Filho a este mundo. Por isso é tão importante os escritos dos profetas do AT, porque através deles Deus se deixa revelar. "EU SOU" ou JAVÉ, foi o nome que Deus se apresentou  ao seu povo através de Moisés e dos Profetas que ajudavam o povo o seguir e servir a Deus.  
Já no Novo Testamento contém a Revelação Divina, mas aqui com uma diferença significante, o Filho de Deus que se encarna para nossa salvação. Deus se dá a conhecer através de seu Filho Jesus Cristo. "Quem me vê, vê o Pai, porque Eu e o Pai somos um!", disse Jesus. O NT contém: Os 4 Evangelhos, O Livro dos "Atos dos Apóstolos" que narra os primeiros acontecimentos da Igreja de Cristo, as Cartas dos Apóstolos e o Apocalipse de João que é considerado um livro profético que se refere aos acontecimentos da Igreja que foram, os futuros e sobretudo a PARUSIA, isto é, a segunda vinda gloriosa de Jesus. A Bíblia não é só usada pelos cristãos mas é usada por pessoas de várias denominações religiosas.   

A Bíblia é a revelação escrita de Deus e seu amor pela criação e a humanidade. Mas existe outra forma de Revelação, é a TRADIÇÃO, isto é, os ensinamentos passados através de nossos antepassados em um tempo em que a escrita era privilégio para poucos ou até nem havia. Sabe-se que o povo hebreu antes de serem escravos no egito eram um povo que ainda não tinham o domínio total da escrita. Talvez seja por isso que foi necessário até o escritor sagrado descrever a história da criação do mundo e do homem narrando uma história simples mas rica que foi aceita muito tempo. E só depois com o auxílio das Ciências Avançadas e a Teoria da Evolução de Darwin e outros é que se pode entender com mais clareza a idéia do autor. Mas não é de todo desprezado uma vez que a Igreja sempre usa esses primeiros Capítulos em suas várias Liturgias.
Somente à partir da Tradição é que se pode escrever os 73 livros da Bíblia, cujos não foram escritos na época em que eles aconteceram mas anos e séculos depois. Para isso os Autores sagrados tiveram que pesquisar muito, buscar fontes seguras dos fatos, como fazem até hoje os repórteres dos grandes jornais. Para isso se valeram da TRADIÇÃO - isto é,  os ensinamentos orais (ou falados), e os costumes do povo de Deus e dos primeiros cristãos, revelada e ensinada pelos anciãos. (1Cor 15, 3; 11-23) "O que ouviste de mim na presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez sejam capazes de instruir os outros!" - está mais do que claro que pela TRADIÇÃO ORAL é que pode ser composta toda a Bíblia, inclusive o Novo Testamento que foi escrito muito tempo depois da morte de Cristo. Jesus mesmo ensinou ORALMENTE, nunca deixou nada escrito. Esse primeiro ensinamento é que chamamos de TRADIÇÃO APOSTÓLICA, que a Igreja conservou até hoje. E com o passar dos anos, com a evolução da escrita e dos conhecimentos, os santos padres conseguiram reunir parte desta TRADIÇÃO ORAL, e colocar no papel estes registros, daí nasceu o  primeiro CATECISMO CATÓLICO  o DIDAQUÉ, escrito no Século II, d.C. e os DOCUMENTOS CONCILIARES, escritos pelos papas e pelos bispos.    

Nas Cartas de São Paulo em certa passagem ele disse que foi ter com o Apóstolo Pedro, (depois de convertido), para aprender de Pedro "tudo" sobre Jesus e a Fé Cristã. Naquela época ainda não existia os Evangelhos, então Paulo precisou ouvir de Pedro os ensinamentos sobre Cristo e a Igreja. Isso é, a Tradição;
Com a Reforma, os cristãos denominados "protestantes", excluíram 7 livros da Bíblia porque não os consideravam inspirados ou Não Canônicos, são os Livros Históricos. Por exemplo: Rute, Ester, Judite, etc.             
Os protestantes dizem ainda que só aceita a Bíblia como a unica verdade, não aceitam a TRADIÇÃO, como fonte de fé e verdade. Mas nós católicos temos plena convicção que se não fosse a TRADIÇÃO da Bíblia e da Igreja, a Bíblia não poderia ser escrita e hoje não teríamos nem os ensinamentos de Jesus.
Pela Bíblia Deus se revela ao homem, Deus que falou aos profetas, escolheu seu povo e lhes deu uma Lei a seguir. 
"Deus é amor", (1Jo 1, 16); só isto explica toda a amplitude das efusões divinas. De fato, é o próprio do amor comunicar-se: eis  a Criação. É o próprio do amor fazer-se igual à pessoa amada: Eis a Encarnação. É próprio do amor rebaixar-se, dar-se: eis a Eucaristia; É próprio do amor sacrificar-se: eis a imolação de Jesus na Cruz; É próprio do amor fazer feliz a pessoa amada: eis a Glorificação.
Não podemos esquecer de que os Apóstolos e os primeiros cristãos se valeram da SAGRADA TRADIÇÃO para escrever e até mesmo estabelecer as primeiras regras canônicas do cristianismo. Pois todo o Ensinamento de Cristo de início não foi escrito, mas sim, passado oralmente aos seus Apóstolos e seguidores. O que conhecemos hoje como os 4 Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as cartas e o Apocalipse foram escritos muito tempo depois, sentindo-se a necessidade de deixar algo registrado sobre os ensinamentos que receberam do próprio Cristo e dos Apóstolos como base para uma catequese futura da Igreja e consolidação das Comunidades formadas por eles.

Realmente Deus se dignou falar aos homens e revelar seus divinos mistérios. Basta citar a Epístola dos Hebreus (1,2): "Depois de haver Deus falado, outrora , muitas vezes de vários modos, aos nossos pais por meio dos profetas, nesses últimos tempos falou-nos por meio de seu Filho"... os Profetas, pois e os outros autores sagrados que fazem parte da Bíblia escreveram, sob inspiração de Deus. Deus agiu no intelecto de cada autor de modo que seus escritos são como se Deus fosse o principal autor e deles como autores instrumentais. Pois foram movidos pelo Espírito Santo para escrever somente o que quis que escrevessem. Usassem seus estilos próprios. A Bíblia pois é a Palavra de Deus escrita.

Daí se deduz a sua grande importância: eis o que lemos: "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil  para ensinar, para convencer, par corrigir, e para educar na justiça..." (2Tm 3, 16). É útil porém, quando corretamente interpretada. Caso contrário pode ser nociva. Basta ler 2Pd 3, 16.

A Revelação Divina pode ser oficial ou particular, segundo é feita em caráter oficial e particular. Desta última não se tratará aqui. A oficial encerrou-se com a morte do último Apóstolo. Presta-se o ato de fé divina às verdades pertencentes à Fé e a  Moral contidas na Bíblia e que são necessárias de se crer para a salvação.

Mas, sendo a Bíblia a Palavra, (oficial) de Deus, a sua interpretação oficial e autêntica, só pode ser feita pela Igreja de Deus, a Igreja Católica, a única que tem a promessa de assistência especial  de seu Divino Fundador para não errar no ensino do que é necessário de se crer para a salvação. (Mt 16, 18-19; 28-18-20). Através desta Igreja que os fiéis recebem, com segurança, o divino ensinamento.

A respeito desta regra de interpretação, leia-se o que a própria Bíblia nos diz em 2Pd 1, 20-21; "Antes de tudo porém, convencei-vos de que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Pois jamais uma profecia veio da vontade humana, mas foi o impulso do Espírito Santo que os homens falaram da parte de Deus".
A interpretação oficial da Bíblia, pois, pressupõe, além da competência, à assistência prometida por Cristo, como acima ficou dito, pois a Bíblia não é um livro comum.
O que a Segunda carta de Pedro quer dizer acima é que quando se fala "as profecias" se estende a toda Bíblia. De fato se lê em seguida: "Nelas (nas cartas de Paulo, parte da Bíblia), há passagens difíceis de entender, e cujo sentido pessoas ignorantes e pouco fortalecidas deturpam para sua própria perdição, como também fazem com outras passagens da Escritura. (2Pd 3, 16)

Foi Lutero, fundador do protestantismo, quem contrariamente a esse ensinamento divino inventou o falso princípio do "livre exame" da Bíblia, ao atribuir a cada pessoa em particular assistência especial do Espírito Santo para interpretar corretamente a Bíblia. A falsidade desse princípio luterano tornou-se patente já no seu tempo. De fato vários de seus discípulos, como Calvino, Karisdat, Zuíglio, etc. entenderam tão contrariamente a Bíblia que surgiram logo várias seitas contraditórias. E hoje o número de seitas originárias do luteranismo é incalculável, frutos de seus incontáveis erros.

Aliás ,  princípio o "livre exame", supõe-se que a Bíblia é um livro qualquer. Foi a isto que chegaram através de Bultimann, Dibelius, Harnac, e outros exegetas protestantes que negando tudo o que é sobrenatural reduziram a Bíblia a um livro comum.

No entanto os protestantes pretendem achar justificativa  para sua teoria do "livre exame" nestas palavras do Apóstolo: "Não desprezeis as profecias. Examinai tudo e abraçai o que é bom!" (1Ts5, 20); É, porém, patente, que aí S. Paulo não se refere às profecias da Bíblia, nem muito menos toda a Bíblia, mas apenas as breves exortações fervorosas proferidas nas reuniões dos primeiros cristãos , exortações chamadas de "profecias". Por isso as pessoas que proferiam tais exortações eram chamadas de "profetas"; Confira todo Capítulo 12 da Primeira Carta aos Coríntios, no qual São Paulo dá normas práticas sobre isso. Não se trata, pois de nenhuma profecia da que fala Bíblia em 2Pd 1, 20-21.

No Antigo Testamento, (AT), os profetas eram homens que ajudavam o povo a caminhar na Fé, observando a Lei de Deus, mostrando as diretrizes e denunciando as injustiças. Era alguém intimamente ligados a Deus e quando em tempos difíceis, o povo recorria a eles para saberem o que Deus desejava, quais os caminhos que eles deveriam seguir no cumprimento de sua vontade. Então cabe aqui dizer que "o profeta" não é um adivinhador como se imagina por aí. Mas é alguém que orienta, que oferece ajuda espiritual e está em profunda comunhão com Deus.    

Outros citam as seguintes palavras de Nosso Senhor aos judeus: "Vós perscrutais as Escrituras julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! são elas mesmas que dão testemunho de mim!" (Jo 5, 39); nesse texto porém, Jesus aponta para o erro corrido na interpretação particular da Bíblia por parte de seus adversários. Ele condena, pois o "livre exame" luterano. Note-se o que diz o texto: "vós perscrutais...", como dizendo: "vós falsificais..."


O livre exame da Bíblia é tão perigoso como não ler direito a bula de um medicamento. A bíblia é a receita de Deus para nossa salvação pois Jesus é o médico dos médicos. Mas se for mal interpretada se torna uma falsa receita
Existem passagens na Bíblia, onde certos acontecimentos, naturais ou feitos pelo homem, como as batalhas. Em que os escritores sagrados atribuiram como sendo obra de Deus. Mas quando lemos com cuidado a experiência nos diz que, esses acontecimentos de nada tem a ver com Deus pois do contrário estaríamos chamando Deus assassino, infanticida, um tirano cruel, abrindo então uma grande contradição, porque a Bíblia fala que Deus é Amor. Se Ele é amor não poderia mandar os homens fazer guerra, mandar catástrofes naturais para castigar o homem, etc. A não ser na passagem do Mar Vermelho de modo a libertar o seu povo da escravidão do Egito. As pragas, as maldições descritas no Antigo Testamento, estão ligadas não à vontade de Deus, mas ao egoísmo humano. A morte é consequência do pecado e não de Deus.

A Linguagem bíblica não deve ser tomada ao pé da letra como um livro de ciências exatas, pois ela contém muita linguagem simbólica que precisa ser levada em conta e com muito cuidado para evitar um certo "fanatismo" ou até mesmo se cair em contradição. Pois a mesma leitura pode indicar várias situações e trazer várias mensagens de acordo com o que se lê ou medita. 
Um exemplo forte é quando lemos no AT, a história de Davi e Golias, onde um jovem Davi mata com uma peia o gigante Golias. Na verdade nem Davi era nanico, nem Golias era um gigante, mas a linguagem simbólica quer dizer que perante Deus todas as forças podem ser destruídas. Golias é um homem forte, rude, valentão que ameaçava os outros. E Davi por outro lado representa uma força menor, mas, aliada ao poder de Deus superava a força maior.  Ou seja, Golias representa os reinos que queriam derrotar Israel, embora fossem numerosos os povos, com muitas armas e força, e Davi, representando o reino de Israel, embora fosse ainda pequeno tinha nas mãos uma arma muito mais poderosa, o poder de Deus. Deus estava com Israel e aos poucos essa fraqueza vai sendo superada fazendo com que Israel, "enquanto servia Deus", fosse forte e vencedor. 
Também em outra linguagem para nós, nos diz que, embora sejamos pequenos, podemos vencer o inimigo, (satanás), ele se apresenta como um gigante, querendo nos destruir, mas ainda que pequenos nossa arma tão simples o faz derrotado, porque temos a Palavra de Deus que nos une.


Um outro exemplo, é quando Jesus prega sobre o pecado, e usa a linguagem simbólica, dizendo que é preferível entrar no Céu sem um dos membros do corpo, que lançado ao inferno com o corpo todo.
Na verdade, sabemos Jesus quer dizer que temos que ser radicais, cortar a raíz do pecado, pois o pecado amputa a alma, fazendo com que ela seja maculada. Não dá para brincar, aceitar o pecado, pois do contrário, satisfazendo as vontades deste mundo, estamos deixando de lado a graça do Céu.
Jesus não quer que fiquemos aleijados, não é isso, mas simbolicamente ele usa esse termo para dizer, que as vezes temos que amputar, cortar, muitas coisas da nossa vida que nos impede de seguí-lo. E assim conseqüentemente nos tira a graça de Deus e o Céu.



Mas para uma pessoa que não estuda bem, que não medita ou não tem auxílio de um especialista no assunto poderá se fanatizar ou se escandalizar achando que muitas coisas escritas na Bíblia que possuem "linguagem simbólica" seja realmente o acontecido e aí propagar uma onda de fanatismo levando muitos à perdição.      

Eis as normas da Santa Madre Igreja sobre o uso da Bíblia Sagrada:

a) a sua utilidade e leitura da Bíblia, são de modo geral encarecidas e recomendadas. Como faz a própria Bíblia; mas não sem alguma restrição, como a faz também a Bíblia em 2Pd 1, 20-21; 3, 16.
b) A Igreja não julga, pois, a Bíblia útil para todos indistintamente. Por exemplo é nociva para os protestantes que interpretam-na segundo o "livre exame" e da "interpretação particular", que a própria Bíblia condena. e o que os induz a muitos erros.
c)A sua leitura não é obrigatória para todos, pois o que ela contém de necessário para a salvação está publicado nos catecismos católicos.
d) os fiéis católicos só usem as edições recomendadas pela Igreja e com as notas devidamente aprovadas.
e) São proibidas as versões das sociedades bíblicas dos não-católicos. Por isso são muito nocivas as atuais adições ecumênicas da Bíblia.
f) Não esquecer de que a Igreja concede uma indulgência ao fiel que ler a Bíblia Sagrada como leitura espiritual, com veneração devida à Palavra divina.
g) É pois mentirosa e caluniosa a afirmação dos protestantes de que a Igreja proibiu a leitura da Bíblia. O que a Carta do Papa Inocêncio III , fez ao bispo de Metz foi condenar o erro da interpretação particular da bíblia e as edições mal-traduzidas que sempre truncam  o sentido autêntico da Divina Revelação e tornam a leitura da Bíblia prejudicial à verdadeira Fé.

Podemos entender e chamar a Bíblia  como a HISTÓRIA DA SALVAÇÃO nela aprendemos que:


  1. A palavra de Deus foi revelada aos homens pela boca dos profetas (AT), esta Palavra que vem nos mostrar o amor de Deus pelas coisas criadas. Deus agindo na história humana, guiando e salvando seu povo. Deus que nunca abandonou os homens e com eles fez uma aliança eterna através dos Patriarcas e dos Profetas. Deus que se apresenta como criador de todas as coisas.
  2. Revelação escrita de Deus. Ele que ninguém jamais viu, mas se apresentou aos profetas como Único Senhor, JAVÉ, escolheu um povo, fez uma aliança, (trato ou pácto sagrado), deu-lhes uma Lei, libertou-os para que O servissem em santidade. Para estes foi dada a Aliança a Abraão e Moisés. Esse povo deveria adorá-lo em justiça e santidade.
  3. O povo de Deus esquecendo-se das promessas ainda viveram em pecado, abandonaram seu Culto e suas leis, consequentemente foram escravos, agora não simplesmente de uma nova Nação mas de seus crimes.
  4. Mostrar que Deus continua a manter sua aliança, embora o homem tenha esquecido dela, e como tal, era preciso que fosse enviado algo maior que a LEI, para redimir-nos de nossos pecados, então mandou seu FILHO JESUS, através do Novo Testamento. Jesus veio não simplesmente libertar-nos de uma escravidão humana, mas de uma escravidão espiritual, O PECADO, que afasta as almas de Deus. Jesus veio APERFEIÇOAR  a Lei dos Profetas, e ensiná-las a cumprir com santidade. Jesus estabeleceu uma NOVA ALIANÇA, uma aliança renovada em seu SANGUE derramado e dado por nós na Cruz. Ele é a REVELAÇÃO DO PAI, isto é DEUS PRESENTE, DEUS CONOSCO. Na Cruz nos deu uma vida nova. Quis ficar presente junto de nós na EUCARISTIA, tornou-se o Pão da Vida.  Devemos acreditar em Jesus não porque ele pode fazer milagres, mas porque Ele é Deus e a segunda pessoa da Santíssima Trindade e nosso Salvador. Através de Jesus Cristo "todos nós" passamos da condição humana de criaturas, para a condição de filhos de Deus. Não significa que Aliança ou a promessa de Deus feita aos profetas fosse anulada, pois jesus mesmo disse: "Eu não vim anular a Lei dos profetas, mas aperfeiçoá-las..." ------Jesus estabeleceu uma NOVA ALIANÇA pelo seu Sangue e  através do Batismo somos mergulhados nesta aliança passando a ser filhos de Deus. Jesus veio para comunicar-nos o AMOR DO PAI e graça da SALVAÇÃO. 
  5. Mostrar que Deus cumpre sempre a promessa e como tal deu-nos Jesus como único Senhor e Salvador. E que pela sua Paixão, Morte e Ressurreição somos inseridos na graça da Eternidade. E somos revestidos pelo seu Espírito, autor e fonte de toda a santidade. 
  6. Mostrar que existe uma Igreja pela qual devemos zelar e cuidar, essa Igreja fundada por Jesus possui o DEPOSITO DA FÉ , isto é, Ela é a guardiã da Santa Tradição deixada pelos Apóstolos e pelos santos padres. E ao mesmo tempo da Revelação Escrita isto é da Bíblia. A Igreja nunca pode deixar de desprezar a TRADIÇÃO ORAL, e não pode nunca modificar a Tradição Escrita.
  7. Cabe a Igreja interpretar e zelar por Ela até o fim dos tempos, segundo a mesma Ordem de Jesus à Pedro: "Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja..." e como tal primazia é a guardiã de sua Palavra Oral e Escrita.
  8. Por fim Comunicar a Graça da Santidade a todos que se tornarem batizados, pelo Espírito Santo, E essa Palavra de Deus deve ser guardada em nós como fez Maria Santíssima, obedecendo se seguindo às Tradições do seu povo. Nosso sim a essa palavra deve ser como o de Maria, ser fiel a Ela. Ser fiel à Igreja de Cristo, a Igreja Católica que é a única e verdadeira. 
  9. Buscar sempre a oração e a meditação desta mesma Palavra. Ela foi escrita para nós para nossa salvação.
  10. Dar-nos o Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade. onde por Ele e NEle somos fortalecidos em uma só fé e uma só Igreja. E assim congregados nesta unidade possa ser congregados na Eternidade pelo mesmo Espírito. Deus que é amor, ensinou-nos que a chave para nos abrirmos ao Espírito Santo é buscar sempre o amor à sua Palavra e levar o amor de Deus para os outros.  
  11. Deu-nos uma Nova Lei, a Lei do Amor, que resume o DECÁLOGO, "Amar e Deus e ao Próximo" que é a imagem de Deus, em cada um de nós mora o Espírito Santo e como tal, todo se humano deve ser respeitado e amado. "Se não amamos a Deus, como amaremos o próximo que está ao nosso lado?... "Se o amamos, devemos amar também o próximo que está ao nosso lado!" --- Jesus deixa claro que o AMOR É O MAIS IMPORTANTE. E que busquemos a santidade: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito"...   -------------- Eis aí o único objetivo da Bíblia. Mostrar a concretização do amor de Deus sobre os homens através do tempo e da história. Onde mora o Amor, mora o respeito ao próximo, à vida e a Deus!                     


       A revelação de Deus de Deus, ou seja a Bíblia, não envolve garantia científica de tudo que nela se encontra, (ed. Ave-Maria); Inútil é, pedir a Bíblia explicação sobre os seis dias da criação, ou da maneira como podia falar os animais. Como por exemplo no caso da jumenta de Balaão. Esses dados não são em si revelações, mas tradições que nelas contém.
      A história mesma, tal como é contida na Bíblia, não ´tampouco uma revelação. Mesmo aquele que aprendeu de sua leitura a sucessão dos reinos em Israel, os costumes dos antigos judeus até mesmo o cumprimento das profecias do Antigo Testamento no Novo. Pode-se ainda passar ao lado da verdadeira mensagem bíblica.

        A escolha que se pode fazer de certas passagens bíblicas favoritas, edificantes ou convenientes, não constitui uma verdadeira leitura da Bíblia.
          Essa verdadeira leitura deverá ter sempre em vista a finalidade primária de toda a Escritura Sagrada que é anunciar Jesus Cristo e dar testemunho de sua pessoa. Para aqueles que viviam no Antigo Testamento só se tratava de um Salvador desconhecido, (pois eles ainda não tinham consciência do tipo de Salvador que viria, para eles um rei libertador, um estadista); Para nós tratá-se de um Salvador que "habitou entre nós", e cuja presença espiritual se perpetuará até o fim dos tempos. Isto é o seu retorno glorioso.

           A Bíblia não entrou pois em caducidade. Ela nos diz hoje como para além dos séculos. Entramos em contato com aquele mesmo Senhor que tinha escolhido Abraão, que havia eleito o povo de Israel, livrado os hebreus do Egito, e santificado os homens pela morte de Cristo. Como Deus não tem mudado em seu proceder, podemos concluir que somos todos nós, tanto individualmente, como a Igreja, escolhidos, eleitos, libertados e santifcados pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que os dois Testamentos apontam. O Antigo com sua esperança; o Novo como seu modelo e seu centro.

A LINGUAGEM BÍBLICA -  são duas as linguagens originais da Bíblia, o hebraico e o grego. São chamadas línguas bíblicas porque os livros do Antigo Testamento foram escritos em algum destes idiomas. O hebraico é a língua do povo hebreu. A maior parte dos livros do Antigo Testamento foram, escritos neste idioma. O grego era a língua popular no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Os livros do Novo Testamento foram escritos nesta língua.

POR QUE DIZEMOS QUE A BÍBLIA É INSPIRAÇÃO DIVINA?

Porque na redação dos livros sagrados Deus escolheu homens, dos quais serviu para usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que agindo Ele próprio  neles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que Ele próprio o quisesse. A inspiração bíblica supõe-se uma ação divina sobre a inteligência, (iluminação ou revelação), e uma moção divina sobre a vontade, (impulso acolhido com liberdade), que leva alguém a escrever aquilo e somente aquilo que Deus deseja comunicar aos homens. Assim sendo, Deus torna-se o AUTOR PRINCIPAL, e certos homens, autores secundários da bíblia. Esses homens foram instrumentos livres, conscientes e ativos. Eles imprimem o texto sagrado em seu estilo próprio. Característico de uma época, na linguagem e cultura de tal.

Para nós Católicos temos como livros inspirados uma coleção de 73 livros que compõe a nossa Bíblia.
Quando a Bíblia ensina as verdades morais e religiosas, não pode errar. Trata-se das verdades divinas, cujas correspondem e agem na Igreja e em cada homem a aceitação interior e exterior das verdades reveladas baseadas na fé em Deus. O objetivo da Bíblia é religioso e não contar uma história, registrar um acontecimento apenas. Pois nos ensina aquilo que nos é incompreensível. Ensina-nos o plano de salvação que Deus tem para nós. Portanto a Bíblia não é um estudo sobre ciência, geografia, história ou astronomia. Para entendermos a Bíblia é necessário entender os costumes dos povos aos quais pertenciam os autores bíblicos. Esse estudo é importante para percebermos o sentido religioso da Bíblia, inclusive dentro da realidade e situação vivida do povo naquele tempo como: país, situação social, a política, a economia, a moeda, a situação geográfica, os principais acontecimentos ocorridos da época, os governantes, etc. Para perceber a mensagem de Deus com melhor clareza. Pois apesar de ser escrita milhares de anos a Bíblia se torna uma linguagem presente, justamente porque ela se renova medida que os acontecimentos se tornam presentes e cujos não são diferentes da época. Embora se mude a questão social e religiosa, a vivência é a mesma porque Deus é eterno. Deus não é histórico pois não pertence a um tempo cronológico, conseqüentemente sua Palavra não muda apenas o jeito de vivenciá-la. Por isso é que podemos descobrir a semelhança dos textos escritos a milhares de anos se encaixando dentro de nossa realidade.

CONSEQÜÊNCIAS DA INSPIRAÇÃO BÍBLICA - enquanto inspirada por Deus não contém erro, não contradiz à moral, a fé e aos bons costumes. Pois foi inspirada pelo Espírito Santo e está acima de qualquer Lei humana já criada. Tanto o Antigo Testamento, quanto o Novo Testamento tem o mesmo valor.       

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